“Nada será como antes no amanhã”, uma das muitas pedras preciosas da dupla Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, pode ajudar na reflexão do momento em que vivemos, de profundas mudanças no comportamento humano: “…Que notícias me dão dos amigos? / Que notícias me dão de você? /Sei que nada será como está, amanhã ou depois de amanhã/ Resistindo na boca da noite um gosto de sol! …”.
Aconteça o que acontecer, nada será como antes após a pandemia mundial e das mudanças em nossas vidas causadas pela quarentena, o isolamento social, o uso da máscara e do álcool gel, além do distanciamento de muitas pessoas que amamos.
É uma experiência inédita para a humanidade e com vivências diferentes, de acordo com o nível de harmonia existencial de cada um.
No Brasil, vivemos o ano encharcados nas incertezas políticas e no aumento vertiginoso das vítimas fatais da pandemia, com cerca de 200 mil mortes até o final de dezembro.
Nada melhor para esperar um novo tempo do que aprender com acontecimentos do passado. No livro “Metrópole à Beira-Mar”, lançado em 2019, o jornalista e escritor Ruy Castro descortina um grande universo, muitas vezes desconhecido em seus múltiplos detalhes, do apogeu que o Rio de Janeiro viveu entre o final dos anos 10 do século passado, com o enfrentamento da Gripe Espanhola e o final dos anos 20.
Aconteça o que acontecer, nada será como antes após a pandemia mundial
Conhecer essa fase mágica da cidade após enfrentar uma grande pandemia é uma inspiração para acreditar que podemos promover uma virada e desenvolver uma nova era no Rio.
“Do caos nascem as estrelas”, já dizia o grande Charles Chaplin, ao comentar uma certa vez sobre as diversas crises que experimentamos pela vida. Então, vamos acreditar que desse caos proporcionado pelo Covid-19 surja não só a vacina e a saúde, mas também uma nova forma de viver.
João Maurício Carneiro
joaomauricio@libertta.com.br
Jornalista